Atualmente, para muito além das ideias e do trabalho desenvolvido por seus fundadores, o sucesso de uma empresa depende da capacidade de garantir continuidade, estabilidade e governança ao longo do tempo inclusive após a saída dos líderes originais.
O planejamento sucessório — por meio de regras estabelecidas em contrato ou estatuto social — e regras de governança, asseguram que a empresa sobreviva a mudanças geracionais e preserve sua cultura, valores e gestão profissional.
Sem esse cuidado, a transição de comando pode gerar conflitos, perda de identidade corporativa, decisões descoordenadas, impacto negativo no desempenho e reputação da empresa e até mesmo em sua falência.
Para evitar a perda de um legado, o desenvolvimento de um plano de ação fundamentado em governança corporativa e planejamento sucessório empresarial é essencial!
Como exemplo de importância e sucesso quando se trata de governança, planejamento sucessório empresarial e profissionalização da administração, podemos citar a multinacional brasileira WEG, que iniciou suas atividades como um pequeno negócio de fabricação e venda de baterias no interior de Santa Catarina em 1961.
No caso da empresa, como forma de garantir a continuidade do crescimento e sucesso da companhia, foi adotado há décadas um conjunto de diretrizes de governança e sucessão para separar propriedade (participações societárias) de gestão executiva determinando, dentre as diversas regras estabelecidas, que embora os herdeiros das famílias fundadoras sejam acionistas: i) caso tivessem interesse em trabalhar na empresa, os herdeiros deveriam começar por cargos de base e nunca ter garantia de acesso direto à diretoria ou cargos de topo; ii) a sucessão executiva é conduzida por meio de avaliação de meritocracia, histórico de carreira e preparo — não automaticamente pelo vínculo familiar.
Seguindo tais diretrizes, ainda em 2023 a WEG aprovou um novo plano de sucessão: o então Diretor-Presidente Executivo, com mais de quatro décadas de trajetória na empresa, deixou o cargo, e foi substituído por um profissional de carreira, com mais duas décadas de dedicação interna à companhia.
Com esse modelo de atuação e com as regras claras que estabeleceu para funcionamento da companhia, a WEG conseguiu:
- Crescer de forma sustentável ao longo de décadas, mantendo consistência — mesmo com expansão para dezenas de países, diversificação de produtos e grandes desafios.
- Garantir que decisões estratégicas e operacionais fiquem nas mãos de profissionais capacitados e preparados, assegurando competência administrativa.
- Assegurar que os herdeiros mantenham participação societária e patrimônio, sem comprometer o desempenho ou a governança da empresa.
Assim, a WEG exemplifica como o planejamento sucessório, formalizado e bem conduzido, transforma uma empresa em uma corporação duradoura — com gestão profissional e legado preservado.
Por: Luísa Marinho